quinta-feira, 10 de junho de 2010

Too much information, Gaga

ladygagamonster

Lady Gaga, Alejandro
The Fame Monster
Diretor: Stephen Klein


Finalmente consegui um tempo para comentar e assistir à parceria de Gaga com o fotográfo e diretor Stephen Klein. Sendo objetivo e direto (adjetivos bem destoantes do clipe), Alejandro é um balde de água fria - não por conta do gélido tratamento da fotografia ou à neve dispensável mas sim, por pecar pelo excesso. O vídeo é a mistura do que Madonna precisou de três clipes para conceituar (Vogue, Like a Prayer e American Life) utilizando estética militarista, alfinetadas à igreja católica e provocações em preto e branco. Gaga ainda toca no delicado tabu histórico dos regimes totalitários no papel de uma ditadora em luto. Assim, Alejandro consegue ficar desnecessariamente longo, se estendendo por quase nove minutos, mas podendo ser resumido em quatro, numa vibe "too much information". Mas antes que me crucifiquem, a cantora continua sendo de longe a melhor artista audiovisual do mercado fonográfico, mesmo passando do ponto às vezes. Na sua trajetória, Gaga se tornou inimiga de si mesma e quer se superar a cada lançamento. Dessa vez, valeu só a tentativa.

nota 7

10 comentários:

drano disse...

Também achei que o clipe precisava de uma enxugada. Poderia até ter 8 minutos mesmo mas mais focado em alguma das estéticas ou pelo menos desmembrando alguma delas. Apesar disso, as coreografias estão SENSACIONAIS e o figurino exato. Fotografia então, nem comento...mto boa!

Elax disse...

haha nada de crucificaçoes Jader. É a mais pura verdade. A idéia do clipe pode ser legal, mas ficou tudo misturado e confuso na hora de conta-lo. E nao gostei da estética NEM um pouco. As cores estao MORTAS. A Gaga ficou feia. Tem cenas totalmente desconexas. Fora quando há coreografía, o resto do clipe nem coordina com a música. Gaga, eu te adoro, mas essa nao deu.

Eduardo de Assumpção disse...

parece que a longa duração não foi mesmo uma boa sacada, porque não fazer um vídeo com o mesmo tempo da música? as influências de madonna em nada me incomodam, mas acho que ficaram dispersas. é um vídeo bonito de ser ver e só... ficoi aquela sensação de que falta(ou sobra) algo.

Jader Maia disse...

Adoro os comentários sensatos do pessoal que passa por aqui e acho que, finalmente, consegui perceber isso nos leitores do Pixelóide. Não gostar de um clipe, não necessariamente é um demérito no talento ou trajetória de um artista. Gosto quando reconheço a mesma separação editorial feita no Pixelóide nos leitores! Fico muito feliz e agradeço Adriano, Alex e Eduardo pelos comentários.

Mr. Mercúrio disse...

Estava no aguardo do seu comentário. (:
GaGa criou uma nova linguagem de clipes, que precisam de semanas de estudo para serem completamente compreendidos.

Eu acho que a intenção dela é justo fazer com que um clipe tenha um mesmo valor de um livro, por exemplo, que você guarda, assiste de novo e sempre aprende algo.

Tanto que ela nem vende os clipes. Libera em 1080i e deixa livre pra incorporarem em outros lugares.

Eu sou a favor do excesso de conteúdo. Desde que devidamente bem preenchido. E não foi exatamente o caso.

Paula Albino disse...

Quando comecei a ler o que você escreveu eu juro que quase te crucifiquei! rs

Mas confesso que está too much tb. Mas Gaga também é too much, são dois lados opostos de uma mesma moeda.

Como fã convicta dela eu acho difícil (mas não impossível) ela acertar como acertou em Bad Romance. Aguardo pelo próximo, mas já chuto que do CD dela a faixa "Monster" esconde uma grande chance de ser fenomenal. No fim das contas ela eh sempre fenomenal, as vezes menos, as vezes mais.

Unknown disse...

Um clipe é feito para ser a união de imagem e música, uma complementando a outra. Alejandro vai totalmente contra isso, parece que a Gaga está desesperada para chamar atenção e ser reconhecida como uma artista. O que tem a ver ela cantar uma música "latina" e fazer um vídeo que parece que se passa na Alemanha nazista falando sobre preconceito? Seria o mesmo que Michael Jackson fazer um clipe feliz sobre Thriller...

CONRADO ALMADA disse...

ESSE NAO ME PEGOU...

Anônimo disse...

Paula Albino... vc arrazou no comentário....rs

b´´´ disse...

é justamente nisso que o clipe se baseia: o contraste entre o ambiente gélido e o ritmo latino, a luta do bem vs mal, espiritualidade vs luxúria, homem vs mulher, submissão vs dominação.
eu curti, não chega aos pés de bad romance, mas eu gostei de ver essa gaga mais noir e intimista.

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